Muitos acreditam que o nascimento, ou a popularização dos lofts ocorreu em Nova York na década de 70. O bairro responsável por dar mais visibilidade a estes espaços, foi o bairro de Soho, famoso por ser frequentado por pessoas ligadas à arte, à música e à arquitetura. Esses artistas foram os primeiros a adquirirem tais residências, e acabaram atribuindo a ideia de que este era um espaço moderno e descolado para se viver. Esta ideia atribuída aos lofts permanece até hoje, tornando-o desejo de consumo de muita gente por aí.
O loft surgiu como galpões de fábricas e frigoríficos que foram convertidos em uso residencial. Estavam localizados em áreas industriais urbanas, e era uma opção barata para esses artistas que transformavam esse espaço em moradia e lugar de trabalho (ateliês). O cenário artístico da época era extremamente diversificado. A arte contemporânea se apresentava de distintas maneiras após o expressionismo abstrato de Jackson Pollock. A Pop Arte foi um movimento extremamente revelador da sociedade americana de consumo e muito relevante para os novos rumos da arte e seus questionamentos sobre o que poderia ser considerado arte e qual a sua função. Andy Wharol foi um grande expoente da Pop Arte e criador da Factory. Foi, provavelmente, o loft mais ilustre de todos os tempos.
Localizado em uma antiga fábrica de Nova Iorque, em uma região decadente financeiramente, Andy cria uma espécie de comuna urbana, baseada nas comunas marxistas e sua família eletiva. As pessoas que ali viviam não eram membros de uma família tradicional, mas eletiva, moravam juntas por compatibilidade de idéias sobre o mundo e sobre a arte. A Factory era um local onde se habitava e trabalhava, um local destinado à festa e ao trabalho, e, principalmente, ao trabalho como festa.
Com o processo de gentrificação desta área, através da revitalização do entorno realizada pela prefeitura, os lofts foram ficando cada vez mais caros e ocorreu uma mudança no público que ali vivia. Hoje em dia esse tipo de apartamento em Nova York custa no mínimo um milhão de dólares.
As principais características desses “lofts originais” eram o pé direito duplo (ou de no mínimo 3,20m), a planta livre, os ambientes integrados com a presença de um mezanino, aberturas amplas e altas para iluminação natural, tubulações hidráulicas e estrutura aparentes, e o uso de materiais rústicos como o tijolo e o concreto aparente. No Brasil, a ideia foge um pouco desse conceito original de loft nova iorquino. A falta de espaços industriais (como aqueles galpões de fábricas) em áreas urbanas, dificulta a aplicação desse conceito. O que vem acontecendo por aqui é uma adaptação, que muitos chamam de “loft-inspired” (apenas algumas características prevalecem).
Veja abaixo alguns exemplos e inspire-se!